Santo do Dia – 28/12

SANTOS INOCENTES, MÁRTIRES

O evangelista Mateus narra que, quando Jesus nasceu em Belém, alguns Magos se apresentaram ao rei Herodes para lhe perguntar onde estava o Menino – o Rei dos Judeus – para adorá-lo.
Temendo perder o trono, Herodes quis saber mais informações, com a intenção de matá-lo. Então, após consultar os escribas, pediu aos Magos para procurá-lo e, na volta da sua viagem, dizer-lhe onde se encontrava.
Mas, diz o Evangelho, os Magos “avisados em sonhos para não voltar a ter com Herodes, tomaram outra estrada para regressar aos seus países”.
Ao perceber que os Magos o tinham enganado, Herodes, enfurecido, – diz ainda o Evangelho – “mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território, que tivessem menos de dois anos”.

A pequena vanguarda
A Igreja venera esses Inocentes como mártires, desde os primeiros séculos. Uma vez que perderam a vida, logo depois da vinda de Cristo ao mundo, recorda a sua memória próxima à celebração do Natal. Por desejo do Papa Pio V, tal celebração foi elevada a Festa litúrgica.
Prudêncio, poeta do século IV, definiu esses Inocentes, – no hino da Epifania do “Liber cathemerinòn” – como “flores martyrum”, flores dos mártires, “que se tornaram brotos viçosos, por causa do perseguidor de Jesus Cristo”.
O santo Bispo de Cartago, Dom Quodvultdeus, disse em um sermão: “Essas crianças, sem saber, morreram por Cristo, enquanto seus pais choravam pela perda de seus mártires. Assim, Cristo fez suas testemunhas aqueles que ainda não falavam”. E continua: “Ó dom maravilhoso da graça! Quais os merecimentos desses meninos, que se tornaram vencedores? Eles ainda nem falavam e já professavam a fé em Cristo! Eles não eram capazes de enfrentar uma luta, porque mal mexiam seus membros! No entanto, carregaram triunfantes a palma da vitória”!
Enfim, os Santos Inocentes são uma pequena parte do exército de mártires que deram e ainda continuam dando testemunho, com seu sangue, da sua pertença a Cristo; essas criaturas puras escreveram a primeira página da longa lista dos mártires cristãos.

Vítimas inocentes de ontem e de hoje
Para a tradição cristã ocidental, o episódio evangélico dos Santos Mártires Inocentes é um exemplo típico de como a sede de poder pode levar a crimes atrozes. De fato, os filhos de Belém foram vítimas do ódio impiedoso de Herodes com aqueles que poderiam ter impedido seus planos de poder e domínio.
Ao longo dos séculos, foram realizadas várias obras de arte com base neste tema e na história dos filhos de Belém.
Em 2016, no dia dos Santos Mártires Inocentes, o Papa Francisco escreveu uma Carta aos Bispos exortando-os a “ouvir o grito e as lágrimas de tantas mães e tantas famílias pela morte dos seus filhos, filhos inocentes”, que representam “o grito de dor das mães, que choraram pela morte dos seus filhos inocentes, diante da tirania e da ânsia desenfreada de poder de Herodes”. “Um grito – escreveu o Pontífice – que ainda hoje continuamos a ouvir, que toca a nossa alma e que não podemos e não devemos ignorar ou calar”.

Com estas palavras, Francisco faz um premente apelo aos Bispos de todo o mundo para que defendam a inocência das crianças “dos novos Herodes do nosso tempo”, que a espezinham e dilaceram “com o peso do trabalho clandestino e escravo, com o peso da prostituição e da exploração; uma inocência exterminada por guerras e a emigração forçada”.
Além do mais, o Papa também recomenda ouvir o pranto e o grito da Igreja, que pede perdão e “chora, não apenas por causa da dor causada aos seus filhos mais pequeninos, mas também por reconhecer que até alguns dos seus membros cometem o mesmo pecado: sofrimento, história e dor de tantos menores, vítimas de abusos sexuais por parte de sacerdotes”.

FONTE: vaticannews

Santo do Dia – 27/12

SÃO JOÃO, APÓSTOLO E EVANGELISTA

“O discípulo que Jesus amava”: assim João se autodefine, simplesmente, em seu Evangelho. Ele tinha razão em definir-se desta maneira, porque assumiu uma das funções mais importantes na história da salvação, além, naturalmente, de Maria, que Jesus lhe confiou, pessoalmente, quando estava agonizante na cruz: “eis o teu filho” e “eis a tua mãe”. Desde então, João levou Maria consigo e cuidou dela como “a pessoa mais querida”; o elo de união entre os dois era, precisamente, a pureza e a vida virginal, que ambos viveram.

Dados históricos
São várias as fontes históricas, que dão detalhes sobre a vida do evangelista e apóstolo. Algumas são apócrifas, como outro Evangelho, que, segundo alguém, devem ser atribuídas precisamente à sua pena. Sabemos que João era o mais novo entre os Doze e o que viveu mais que todos.
João era natural da Galileia, de uma região às margens do Lago de Tiberíades. Por isso, era de uma família de pescadores. Seu pai se chamava Zebedeu e sua mãe Salomé. Seu irmão, Tiago, chamado Maior, também foi apóstolo. Jesus sempre se referia a ele e estava no meio dos poucos, que O acompanham, nas ocasiões mais importantes: por exemplo, quando ressuscitou a filha de Jairo, na sua Transfiguração sobre o Monte Tabor e durante a sua agonia no Getsêmani. Durante a Última Ceia, João ocupou um lugar de honra, à direita do Senhor, em cujo ombro encostou a cabeça, como gesto de carinho.
Naquele momento, o Espírito Santo infundiu-lhe a sabedoria, com a qual pôde escrever o seu Evangelho na velhice. João foi o único que esteve aos pés da Cruz, além de Maria, com a qual passou os três dias antes da ressurreição; foi também o primeiro a chegar ao túmulo vazio, após o anúncio de Maria Madalena. Porém, deixou Pedro entrar por primeiro, por respeito e por ser mais velho. Desde então, transferiu-se com Maria para Éfeso, onde começou a sua pregação do Evangelho na Ásia Menor.
Parece que João sofreu pela perseguição de Domiciano e foi exilado para a ilha de Patmos. Depois, com a chegada de Nerva, retornou para Éfeso, onde terminou seus dias, com mais de cem anos, por volta do ano 104.

“A flor dos Evangelhos”
Assim foi chamado o Evangelho escrito por João, também denominado “Evangelho espiritual” ou “Evangelho do Logos”, graças à perfeição da sua linguagem teológica e à invenção do termo polissêmico “Logos”, para indicar Jesus, com diversos significados: “Palavra”, “diálogo” , “projeto”, “Verbo”.
Além disso, em seu Evangelho, a palavra “crer” é citada 98 vezes, porque somente assim se podia atingir o Coração de Jesus: acreditar na liberdade e aceitar a graça, como demonstra o discípulo amado de Jesus.
O Evangelho de São João é altamente mariano, não tanto pela enorme quantidade de referências à Virgem Maria, mas pela graça especial de ter conhecido seu Filho, mais do que qualquer outra pessoa, e por desvendar o mistério de Cristo. No entanto, Maria aparece apenas duas vezes na narração de João: nas Bodas de Caná e no Calvário.
A narrativa das Bodas de Caná é de particular importância: naquela ocasião, deu-se o primeiro encontro de Jesus com João. No entanto, a vocação de João – que, com André, já era discípulo de João Batista – ocorreu, provavelmente, em Betânia, às margens do rio Jordão. Ao ver Jesus chegar, Batista o saudou como “Cordeiro de Deus”. O evangelista João ficou tão impressionado com aquele encontro, a ponto de recordar até a hora em que ocorreu: a décima hora, ou seja, às 16 horas. Doravante, não pôde não seguir a Jesus.
Todavia, além do alto valor teológico, o Evangelho de João se diferenciou dos Sinópticos pela sua ênfase à humanidade de Cristo, que emerge pelos detalhes de algumas narrativas, como: “sentar-se cansado”, “derramar lágrimas por Lázaro” ou “sentir sede na Cruz”.

Apocalipse e Cartas de João
São João escreveu também três Cartas e o Apocalipse, o único Livro profético do Novo Testamento. As Escrituras se concluem com este Livro e, conforme o significado do seu próprio nome – “revelação” – indica a mensagem concreta de esperança, que traz consigo. Assim, de qualquer maneira, coloca um ponto final no diálogo entre Deus e o homem. Desde então, coube à Igreja falar e interpretar a ação de Deus no âmbito da História, até ao seu retorno definitivo à Terra, no fim dos tempos. Nesse sentido, o Apocalipse é também uma “profecia”.
Quanto às três Cartas ou Epístolas de São João, escritas, provavelmente, em Éfeso, são Cartas sobre o amor e a fé, que visam defender algumas Verdades espirituais fundamentais, contra o ataque das doutrinas gnósticas.

Eis o “prólogo” inimitável do Evangelho de João:
«No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz. Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
João testificou dele, e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: O que vem após mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu. E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça. Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou» (João 1:1-18).

FONTE: vaticannews

Santo do Dia – 26/12

SANTO ESTÊVÃO, PRIMEIRO MÁRTIR

A dolorida fronte debruçava,

Já mal ferido, o mártir para a terra:

Portas ao céu os olhos seus tornava,

Pedindo a Deus, naquela horrível guerra,

Que aos seus perseguidores perdoasse:

Riso piedoso os olhos lhe descerra. (Purgatório, XV)

Na Divina Comédia, Dante narra ter assistido a uma cena impressionante: a lapidação de um jovem que, moribundo, invoca o perdão para seus perseguidores. O poeta florentino ficou comovido pela mansidão de Estêvão, que, de fato, emerge com toda a sua força na narração dos Atos dos Apóstolos, onde encontramos este acontecimento. “Senhor, não lhes imputes este pecado”, grita Estêvão, ajoelhando-se um pouco antes de expirar.

O jovem Estêvão, cheio de Espírito Santo, foi um dos primeiros a seguir os Apóstolos. Supõe-se que ele era grego ou judeu, educado na cultura helênica. Mas, com certeza, era muito estimado na Comunidade de Jerusalém, tanto que seu nome aparece nos Atos como o primeiro, entre os sete, que foram eleitos para ajudar na missão dos Apóstolos. “Homem cheio de fé e de Espírito Santo”, fazia prodígios e milagres. Porém, alguns da Sinagoga incitaram o povo, os anciãos e os escribas, dizendo tê-lo ouvido pronunciar expressões blasfemas contra Moisés e contra Deus. Era o período do pós-Pentecostal.

Estêvão foi arrastado para diante do Sinédrio, onde falsas testemunhas o acusaram terem ouvido suas afirmações de que Jesus Nazareno teria destruído aquele lugar e alterado os costumes transmitidos por Moisés.

Lapidação e perdão
Estêvão pronunciou o discurso mais longo dos Atos dos Apóstolos, um discurso forte no qual repercorreu a história da salvação. Deus havia preparado a vinda do Justo, mas eles se opuseram ao Espírito Santo, da mesma forma como seus pais perseguiram os profetas. E Estêvão concluiu: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus”. Tais palavras lhe custaram caro. Mas eles gritaram em alta voz e, arremetendo-se contra ele, se puseram a apedrejá-lo. Entre os que aprovaram a sua morte estava Saulo, que, depois se tornou São Paulo, passando de feroz perseguidor dos cristãos a Apóstolo dos gentios. Aos seus pés, depositaram o manto de Estêvão. Enquanto era apedrejado, o jovem pedia a Jesus para acolher o seu espírito e perdoar seus assassinos.

Grande devoção pelo Protomártir
O lugar do martírio de Santo Estêvão, em Jerusalém, situa-se, segundo a Tradição, um pouco fora da Porta de Damasco, onde hoje surge a igreja de Saint-Étienne. No cristianismo, era muito forte a devoção por Santo Estêvão. As notícias sobre as suas relíquias remontam ao ano 400 d.C. A sua vida, sobretudo o seu martírio, repercutiu profundamente na arte. Quase sempre, ele é representado com a palma ou com pedras decorativas.

FONTE: vaticannews

Santo do Dia – 25/12

O Menino Jesus nasceu. Viva o Natal do Senhor!

Etimologia do termo Natal

O nome “Natal” está repleto de sugestões reais e fantásticas, de fé e devoção, tanto artísticas quanto filosóficas e teológicas. Nome simples e complexo, comum e erudito, divino e humano e, ao mesmo tempo, é um nome cheio de mistérios. Sua etimologia remonta ao adjetivo latino natalis, com o significado de natal, no sentido de “algo relativo ao nascimento”, que, por sua vez, deriva do particípio perfeito natus, do verbo nasci “nascer”.

A data do natal

O culto oriental ao Sol foi perpetrado na época romana, desaguando no culto ao deus Mithras. Também é representado como uma criança que mata um touro sagrado, daí o termo tauroctonia, ou seja, o culto reservado a Mithras. A origem histórica do Natal não é totalmente certa e segura. Existem muitas e variadas hipóteses para explicá-lo. Talvez, a data de 25 de dezembro, como dia de celebração do nascimento de Cristo, tenha sido fixada para substituir uma festa pagã dedicada ao nascimento do Sol (Mithras). O Dies Natalis Solis Invicti, que o imperador Aureliano havia oficializado em 274, precisamente em 25 de dezembro.

A antiga festa popular

As comemorações do nascimento do Sol, consistindo no acendimento de grandes fogueiras em sinal de festividade. Em torno das fogueiras, o povo se reunia para festejar comendo e bebendo, como em todas as festas populares. Neste período, celebravam-se também as Saturnálias, (de 17 a 23 de Dezembro), em honra de Saturno, deus da agricultura, durante as quais ocorriam trocas de presentes e banquetes sumptuosos, em que participavam também os escravos como cidadãos livres, que também receberam presentes de seus mestres.

Natal: da festa popular a Solenidade Cristã
A data do Natal Cristão

A instituição do Natal cristão convergia para o culto solsticial. Os dois cultos, o da novidade cristã e o popular e camponês do mundo pagão se entrelaçaram às autoridades eclesiásticas, e, para evitar abusos e mal-entendidos, decidiram celebrar e proclamar 25 de dezembro apenas a Natividade de Cristo. Com alguma probabilidade, este é um exemplo bastante significativo de como a política do cristianismo primitivo absorveu e transformou uma tradição pagã com um novo conteúdo. Claro que essa substituição não foi isenta de consequências, pois as tradições custam a morrer. No Natal de 460, o Papa Leão I ainda recorda a presença do culto do Sol na cidade de Roma.

O Nascimento do Menino Jesus

As primeiras referências, portanto, à festividade do Natal cristão datam da primeira metade do século IV, quando a primeira menção histórica à celebração da Natividade de Cristo se encontra no ano 336, conforme especifica o Chronographes, o mais antigo Calendário cristão que chegou até hoje, escrito em 354 pelo calígrafo do Papa Dâmaso, o estudioso romano Furius Dionysius Philocalus. Certamente, algumas referências escriturísticas devem ter influenciado a escolha do dia 25 de dezembro, como, por exemplo, o texto do profeta Malaquias, que chama o Cristo, que nasceria daquela que deve dar à luz em Belém, com o nome do “Sol da Justiça” (3, 20). Assim, temos a identificação da data de 25 de dezembro como o dia do nascimento do Menino Jesus.

Os Fundamentos Bíblicos da Celebração
Revelação para São Paulo

O autêntico significado do Natal cristão tem seu fundamento no grande desígnio de Deus, revelado por Paulo em dois importantes textos.

O Primeiro Texto

A Primeira: “Bendito seja Deus, o Pai do Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos céus em Cristo. Nele [Cristo] nos escolheu antes da criação do mundo, para sermos santos e imaculados diante dele na caridade, nos predestinando para sermos seus filhos adotivos [do Pai] por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade. E isto para louvor e glória de sua graça, que ele nos deu em seu Filho amado” (Ef 1:3-6).

O Segundo Texto

E a outra: “Ele [Cristo] é a imagem do Deus invisível, gerado antes de toda criatura, porque, por meio dele, foram criadas todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Principados e Poderes. Todas as coisas foram criadas por meio dele e para ele. Ele é o primeiro de todas as coisas e todas existem nele” (Cl 1,15-18).

Uma reflexão

Os dois textos têm algumas características em comum: o desígnio de Deus, riqueza de títulos e universalidade das afirmações. A intenção de Paulo é conhecer o desígnio secreto de Deus ad extra, baseado no “bom prazer da vontade do Pai”. Está tudo centrado na predestinação de Cristo, da qual depende também a predestinação do homem, com a diferença de que a de Cristo é absoluta e a do homem condicionado.

O Mediador entre Deus e os homens
Sempre atual
O discurso de Paulo está no presente porque a predestinação de Cristo, da qual provém todos os benefícios para o homem, é sempre atual. Por isso, celebra-se Cristo como o único Mediador entre Deus e os homens e entre os homens e Deus, ou como diríamos com o latim medieval omnia a Deo per Christum et omnia a Deo in Christum.

A História da Solenidade mais esperada pelos Cristãos
História Litúrgica

Desde o início, os cristãos celebravam o que o Senhor Jesus fez pela salvação da humanidade. Todos os domingos, na “Páscoa semanal” e a festa anual, no domingo após a primeira lua cheia de primavera, a Páscoa. No início do século IV, o calendário litúrgico começou a mudar, dando mais valor à experiência “histórica”​​ de Jesus. Na Sexta-feira Santa comemorava-se a morte de Jesus e também a Última Ceia.

O Nascimento de Jesus

Neste prisma, temos o Natal, o nascimento de Jesus, sobre o qual, em 336, temos o primeiro testemunho, depois do qual, veio a festa do Natal oriental da Epifania, em 6 de janeiro. Esta data era associada à festa civil pagã do “Natal do Sol Invencível” (“Natale Solis Invicti”), que o imperador Aureliano havia introduzido, em 274, em homenagem à divindade siríaca do Sol de Emesa, celebrada, precisamente, no dia 25 de dezembro.

A Solenidade

A Solenidade do Natal é a única festa que podia ser celebrada com quatro Missas próprias: véspera, noite, amanhecer e dia. Os textos dessa solenidade são os mesmos para os três Anos Litúrgicos. Trata-se de uma escolha que visa aprofundar e valorizar, quase em câmara lenta, o Acontecimento que mudou o curso da história: Deus se fez homem!

Como pensar o Natal hoje?
O sentido do Natal

O Natal de Nosso Senhor Jesus recorda-nos que Deus está presente em todas as situações. Pensamos que Ele está ausente ou nas quais achamos que Ele não pode estar. A nossa fé estimula-nos a viver o tempo natalino com maior serenidade e esperança! Deus está aqui, tão presente que, talvez ou com certeza, nos convida a rever nossos costumes; convida-nos a lembrar que, assim como Ele veio para nos salvar, também nós, através d’Ele, só podemos nos salvar se caminharmos juntos, se aprendermos a cuidar uns dos outros. Somos convidados a ser uma “manjedoura”, onde os outros possam se alimentar do pão da amizade, do amor, da misericórdia, da esperança.

Um convite

O Senhor oferece-se a nós para que possamos dar seu testemunho com a nossa vida. Como cristãos, somos convidados a assumir a esperança desta humanidade desnorteada e solitária, a sermos sentinelas da nova manhã, para que as trevas deste tempo sejam rompidas pela Luz, que vem do Senhor Jesus.

Minha oração

“Ó Senhor que vos revelastes tão pequenino e frágil, um Deus escondido na humanidade, porém, não menos poderoso. Concedei a nós a sabedoria para te encontrar nesses mistérios e a certeza da tua presença no meio de nós, todos os dias. Salvai-nos de nossas mazelas e durezas tornando-nos mais humildes e humanos assim como tu o fizeste. Amém.”

Um Santo Natal para você e para a sua família!


Outros santos e beatos celebrados em 25 de dezembro
Em Roma, a comemoração de Santa Anastásia, mártir de Sírmium. († s. III/IV)
Em Roma, no cemitério de Aproniano, junto à Via Latina, Santa Eugénia, mártir. († s. III/IV)
Em Roma, junto à Via Latina, os santos Jovino e Basileu, mártires. († s. III/IV)
No mosteiro de Cluny, na Borgonha, região da França, o Beato Pedro o Venerável, abade. († 1156)
Em San Severino, nas Marcas, região da Itália, o Beato Bentivóglio de Bónis, presbítero da Ordem dos Mínimos. († 1232)
Em Unzen, cidade do Japão, o Beato Miguel Nakashima, religioso da Companhia de Jesus e mártir. († 1628)
Em Rivarolo, localidade do Piemonte, região da Itália, a Beata Antónia Maria Verna, virgem, fundadora da Congregação das Irmãs da Caridade do Imaculado Coração de Ivrea. († 1838)
Em Roma, a Beata Maria dos Apóstolos , virgem, de origem alemã, que fundou na Itália, o Instituto das Irmãs do Divino Salvador. († 1907)
Em Cracóvia, na Polónia, Santo Alberto, religioso, célebre pintor, que fundou as Congregações dos Irmãos e das Irmãs da Ordem Terceira de São Francisco. († 1916)
Em Bári, na Apúlia, região da Itália, a Beata Elias de São Clemente, virgem da Ordem das Carmelitas Descalças. († 1927)


Fonte: cancaonova

Santo do Dia – 24/12

São Charbel Makhluf

São Charbel Makhluf foi um eremita libanês do século XIX, elevado à honra dos altares em 1965 e canonizado no ano de 1977, pelo Papa Paulo VI. O nome Charbel, de origem sírio-libanesa, significa “a história de Deus” e, em português, pela adaptação latina, também pode ser substituído por Sarbélio. Mesmo levando uma vida escondida, este santo monge ficou famoso por seu corpo incorrupto e por seus milagres extraordinários. Pouco depois de sua morte, em 1898, se cumpriria a profecia de seu superior, que, ao assinar a sua breve ata de sepultamento, previu que mais se escreveria a respeito dele depois de morto do que vivo.

De fato, sepultado em uma vala comum, como todos os maronitas, de seu túmulo começaram a sair luzes extraordinárias, que impressionaram quem vivia próximo ao cemitério. Aberta a sua cova, todos ficaram maravilhados com o seu corpo, que não só ficara intacto, como começara a transpirar sangue e água — à semelhança de Nosso Senhor, de cujo lado aberto na Cruz também jorraram sangue e água (cf. Jo 19, 34). Por 70 anos, o túmulo de São Charbel ficou completamente encharcado, exalando um odor muito agradável e confirmando a sua santidade.

Nascido Youssef Antoun Makhlouf, em 1828, São Charbel era o quinto de seus irmãos. Órfão desde criança — o pai morreu servindo aos soldados otomanos —, o pequeno José foi criado por um tio. Mandado para o campo, para cuidar do rebanho da família, o menino passava o tempo em uma gruta, na qual se recolhia para rezar. O lugar, chamado ironicamente por seus colegas de “a gruta do santo”, acabou por cumprir profeticamente o seu destino. Com 23 anos, José enfrenta a resistência da família — de sua mãe, que lhe era muito apegada, e de seu tio, que necessitava de braços para o campo — e sai escondido de casa, decidido e disposto a fazer-se monge.

No mosteiro, em seu primeiro ano de noviciado, o rapaz vê-se em uma situação difícil. À época, o Líbano trabalhava arduamente na exportação de seda e os monges do lugar em que ele estava tinham muito contato com os camponeses da região, pois os ajudavam na produção da fibra. Trabalhando em sua ocupação, o irmão Charbel atrai o olhar de uma moça, que o tenta seduzir, jogando nele alguns bichos-da-seda. Ignorando a jovem, ele se retira dali e, na mesma noite, foge do mosteiro, que estava sendo ocasião de perigo para a sua alma.

Já no mosteiro de São Maron de Annaya, o irmão Charbel começa o seu segundo ano de noviciado, quando sua mãe, Brígida, decide visitá-lo. Em uma atitude que pode parecer dura, Charbel escolhe não ver sua mãe, limitando-se a conversar com ela atrás da porta. Instado para mostrar-lhe o rosto, ele responde, resolutamente: “Nós nos veremos no Céu”. Para entender o ato de São Charbel, é preciso lembrar a sua opção radical pela vida monástica reclusa. Ele estava convencido de que um monge que mantinha contato com seus parentes depois da profissão de seus votos deveria recomeçar o noviciado.

Uma lição valiosa que esse acontecimento ensina é a do amor verdadeiro aos pais, que tem como finalidade a sua salvação eterna. São Máximo, o Confessor, ensina (cf. Centúrias sobre a caridade, II, 9) que existem cinco tipos de amor, sendo três “passionais”, um “indiferente” e outro “louvável”: os três primeiros são aquele buscado por puro prazer, outro baseado no “ter” e outro ainda, na vaidade; o amor neutro é aquele natural, “como os pais que amam os filhos e vice-versa”; o quinto, por fim, é o amor por Deus, que deve informar todas as virtudes e também afeições naturais (cf. STh II-II 23 8c.), inclusive aos pais e filhos. Porque, se é verdade que o amor “por natureza” é “indiferente”, pode também desembocar em um apego desordenado. O amor verdadeiro, ao contrário, deseja o Céu para o outro, assim como São Charbel desejou para sua mãe e assim como Santa Teresinha do Menino Jesus, que, tendo aprendido sobre as belezas do Céu, pediu para Deus que sua mãe morresse logo, para que ela se encontrasse com Ele.

De fato, o desapego dos pais e a promessa de recompensa de Charbel à sua mãe — “Nós nos veremos no Céu” — são realidades que ecoam do próprio Evangelho: “Quem ama pai ou mãe mais do que a mim, não é digno de mim” (Mt 10, 37); “Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna” (Mt 19, 29).

Na vida em comunidade, Charbel tornou-se um notável modelo de submissão e abnegação da própria vontade. Quando o superior pedia a seus confrades uma obediência severa, os seus companheiros retrucavam, jocosamente: “Pensa o senhor, por acaso, que sou o irmão Charbel?”

Por decisão do superior e de seus confrades, foi admitido às sagradas Ordens e, após cumprir os estudos, recebeu a ordenação presbiteral em 1859.

Começa, então, um novo capítulo de sua vida: o agora padre Charbel que se preparava com piedade, devoção e muito zelo para a celebração da Santa Missa. Ele, que era um homem extremamente despojado, tinha peças de vestuário e sapatos que usava especificamente para se encontrar com Nosso Senhor no culto eucarístico:

Charbel celebrava o Santo Sacrifício com a máxima dignidade e com uma fé tão viva, que, com frequência, durante a Consagração, as lágrimas corriam-lhe dos olhos escuros e profundos, os quais eram como duas janelas abertas para o Céu. E, na contemplação, ficava de tal modo absorto que não prestava atenção alguma a eventuais ruídos ou rumores.
Certa vez, durante a sagrada Liturgia, um acólito viu que o santo chorava durante a consagração e que algumas lágrimas caíam no corporal. À hora da purificação dos objetos sagrados, aquele corporal molhado foi causa de grande inquietação para Charbel, que pensou que havia deixado cair o Preciosíssimo Sangue de Cristo. Preocupado, o padre apresentou o corporal ao seu superior, pedindo perdão por aquilo que pensara ser um ato de negligência sua.

Durante muitos anos, o padre Charbel permaneceu no seio da comunidade monástica, mas, em seu coração, não havia morrido o desejo de tornar-se eremita, vivendo completamente afastado do mundo e dedicando-se inteiramente a Deus. O seu anseio, no entanto, era sempre negado por seus superiores.

Até que, um dia, tendo voltado tarde de seu trabalho no campo, ele pediu ao irmão despenseiro — que guarda os mantimentos do mosteiro e os distribui aos confrades — que pusesse óleo em sua lamparina, a fim de rezar o Ofício em sua cela. O monge, reprovando Charbel por não chegar mais cedo, deixou-o, por penitência, sem óleo. O monge, então, retirou-se obedientemente para o seu quarto. Um confrade mais jovem se ofereceu para ajudar São Charbel, mas, por brincadeira, colocou água em sua lamparina, ao invés de óleo. Milagrosamente, todavia, a lamparina se acendeu e Charbel pôde rezar o seu Ofício.

Vendo esse milagre, o seu superior se convenceu de que o Senhor realmente o chamava para a vida eremítica. Permaneceu, então, recolhido no eremitério de São Pedro e São Paulo, até o fim de sua vida. Foi durante este período, nos intervalos em que trabalhava nas aldeias vizinhas, que se espalhou na região a sua fama de taumaturgo.

Impressionante era a sua concentração nos momentos de oração, que pode ser ilustrada com a história seguinte:

Num dia de tempestade, um raio derrubou parte da ala meridional da ermida, deitou por terra uma parede da vinha e queimou, na capela, as toalhas do altar, enquanto o santo monge ali se encontrava, em oração. Dois ermitães acorreram ao local, e o viram na mais apaziguante tranquilidade.

— Padre Charbel, por que não se moveu para apagar o fogo?

— Caro irmão, como poderia fazê-lo? Pois logo depois de atear-se, o fogo se extinguiu…

De fato, como o incêndio fora rapidíssimo, ele julgara mais importante continuar sua oração, sem se perturbar.
No dia 16 de dezembro, enquanto celebrava o santo Sacrifício da Missa, o padre Charbel começou a passar mal. Tendo agonizado por oito dias, este santo monge entregou a sua vida a Deus oito dias depois, exatamente na vigília de Natal.

A sua vida extraordinária nos incita, sobretudo, à renúncia do mundo e ao cultivo da vida espiritual, baseada principalmente na devoção à Santíssima Virgem e à Santíssima Eucaristia. A São Charbel Makhlouf se aplicam com perfeição as palavras do salmista: “Justus ut palma florebit, sicut cedrus Libani multiplicabitur — O justo crescerá como a palmeira, como o cedro do Líbano se elevará” (Sl 91, 13).

fonte: padrepauloricardo.org

Santo do Dia – 23/12

São João Câncio, um homem de grandes

Origens
São João Câncio nasceu em Kety, localidade da Polônia, em 23 de junho de 1390. Estudou na Cracóvia, onde ordenou-se sacerdote e foi por muitos anos professor da Universidade de Cracóvia e, em seguida, pároco de Ilkus.

Ensinava com humildade
Na Universidade de Cracóvia, João ensinava a doutrina haurida. Explicava seus sermões ao povo com muito empenho, confirmando o exemplo de sua humildade, castidade e misericórdia para com todos. João discutiu com vários opositores, onde recebeu vários insultos. Com sua humildade, respondia a todos eles com: “Graças a Deus”.

A Virtude da Caridade
A piedade com que se ocupava das coisas de Deus somava para João muitos outros atos de humildade. Embora estivesse à frente em ciência, não se vangloriava a ninguém. Empenhado em algo maior do que somente o prestígio, a carreira e os materiais, João repetia frequentemente: “Mais para o alto!”, exprimindo com este lema o seu programa de vida ascética. Sua vida foi distinguida principalmente pela caridade evangélica, como uma marca franciscana.

São João Câncio: um exemplo de piedade e caridade para com o próximo
O Assalto
Realizava uma peregrinação para Roma quando a diligência em que viajava foi assaltada por bandidos. João foi roubado, mas percebendo que haviam deixado uma moeda em seu bolso, correu atrás dos bandidos para entregá-la. Comovidos com a atitude de João, devolveram todo o dinheiro do assalto.

Páscoa
São João Câncio, morreu na Cracóvia, com 83 anos, no ano de 1473. Sua canonização aconteceu em 1767, por Clemente II.

Minha oração

“Santo padre, modelo das virtudes, fazei crescer em nós as virtudes mais necessárias para a realização da nossa vocação particular. A cada um dê o que lhe cabe. Pedimos oportunidades para que essas virtudes sejam exercidas. Amém.”

São João Câncio, rogai por nós!

Santo do Dia – 22/12

SANTA FRANCISCA XAVIER CABRINI, VIRGEM, FUNDADORA DO INSTITUTO DAS MISSIONÁRIAS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Francisca nasceu em Sant’Angelo Lodigiano, região da Lombardia, em 15 de julho de 1850. Ao ficar órfã de pai e mãe, quis retirar-se para um convento, mas seu pedido foi rejeitado por causa da sua saúde precária. Então, decidiu cuidar de um orfanato.

Tendo-se formado em magistério, criou, com algumas companheiras, o primeiro núcleo das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração, sob a proteção do santo missionário Francisco Xavier. Quando professou os primeiros votos religiosos, quis acrescentar ao seu nome o de Xavier.

Vocação missionária
“Francisca havia entendido que a era moderna seria marcada por enormes fluxos migratórios e por homens, mulheres e crianças em fuga por um futuro melhor e pacífico”. Este caráter profético de Santa Francisca Xavier destaca-se nas reflexões do Papa Francisco. Em uma Carta às Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, o Pontífice afirma que Santa Francisca “recebeu de Deus uma vocação missionária particular: formar e enviar mulheres consagradas ao mundo inteiro, com um horizonte missionário sem confins; elas não seriam, simplesmente, auxiliares de Institutos Religiosos ou Missionários masculinos, mas tinham um carisma próprio de vida consagrada; estariam, plena e totalmente, disponíveis a colaborar com as Igrejas locais como também com as diversas Congregações que se dedicavam ao anúncio do Evangelho ad gentes”.

Obras no mundo e Canonização
Foi exatamente o seu carisma que levou Francisca aos Estados Unidos para dar assistência aos italianos, que ali buscavam mais sorte. Também ela, na primeira das suas tantas travessias oceânicas, passou por incômodos, problemas e incertezas de quem deixava tudo à busca de um futuro melhor. Ela também dedicou sua vida aos órfãos e enfermos, criando centros de assistência na Itália, Espanha, Grã-Bretanha e em várias regiões dos Estados Unidos, América Central, Argentina e Brasil.

Santa Francisca Xavier Cabrini morreu em 22 de dezembro de 1917 no hospital para Migrantes, que ela mesma havia construído em Chicago. Seu corpo foi trasladado para Nova Iorque à “Mother Cabrini High School”. Foi proclamada Santa por Pio XII em 7 de julho de 1946; graças ao seu trabalho, em 1950, tornou-se “Padroeira Celeste de todos os Migrantes”.

FONTE: VATICANNEWS

Santo do Dia – 21/12

SÃO PEDRO CANISIO, PRESBÍTERO JESUÍTA E DOUTOR DA IGREJA

A sonolência dos bons
“Vejam, Pedro dorme, mas Judas está acordado”.

Estas palavras de Pieter Kanijs, citadas pelo Papa Bento XVI no início da Quaresma de 2011, são definidas “um grito de angústia no seu momento histórico”, destinadas a sacudir “a sonolência dos bons”.

Pedro nasceu em 1521, em Nimegue, uma aldeia holandesa situada no Ducado de Gueldres e, portanto, no Sacro Império Romano.

“Vós sabeis, Senhor, em quantos modos e quantas vezes, naquele mesmo dia, me confiastes a Alemanha, pela qual, depois, teria continuado a ser solicitado e pela qual teria desejado viver e morrer!”

Pedro Canísio entrou para a Companhia de Jesus em 1543, após ter feito os Exercícios Espirituais sob a direção do Pedro Fabro. Participou do Concílio de Trento em 1547 e, em 1562, foi expressamente convocado pelo Bispo de Augusta, Cardeal Otto Truchsess Von Waldburg. Na ocasião, começou a usar a forma latina do seu nome.

No âmbito da Reforma católica, promovida pelo Concílio de Trento, sua principal missão foi estimular as raízes espirituais de cada um dos fiéis e do corpo da Igreja no seu conjunto.

Na Europa
Após um breve período em Roma e em Messina, Pedro foi enviado ao Ducado da Bavária, onde desempenhou o cargo de Decano, Reitor e Vice-chanceler da Universidade de Ingolstadt.

A seguir, foi administrador da Diocese de Viena e um requisitado pregador na Catedral de Santo Estêvão, dedicando-se ainda ao ministério pastoral em hospitais e prisões.

Em 1556, foi nomeado primeiro Padre Provincial da Alemanha Superior, onde criou uma rede de comunidades e colégios jesuítas, sempre com o intuito de apoiar a Reforma católica. Com o mesmo objetivo, participou de importantes negociações como representante oficial da Igreja.

“Com a sua amável Providência – escreveu São João Paulo II na sua Carta aos Bispos alemães, por ocasião do IV centenário da sua morte – Deus fez de São Pedro Canísio seu próprio embaixador, em um período em que a voz do anúncio católico da fé, nos países de língua alemã, arriscava cair no silêncio”.

“Embaixador do anúncio católico”
“São Pedro Canísio transcorreu boa parte da sua vida em contato com pessoas socialmente mais importantes do seu tempo e exerceu uma influência especial com os seus escritos. Foi autor das obras completas de São Cirilo de Alexandria e de São Leão Magno, das Cartas de São Jerônimo e das Orações de São Nicolau de Flüe. Publicou livros de devoção em várias línguas, biografias de alguns santos suíços e muitos textos de homilética. Mas, seus escritos mais difundidos foram os três Catecismos, elaborados entre 1555 e 1558. O primeiro Catecismo era destinado aos estudantes, que tinham noções elementares de teologia; o segundo, aos jovens do povo, para uma primeira instrução religiosa; o terceiro, aos jovens com formação escolar, em nível de escolas Secundárias e Superiores. A doutrina católica era exposta com perguntas e respostas breves, em termos bíblicos, com muita clareza e sem acenos polêmicos. Durante a sua vida, foram 200 as edições deste Catecismo!”

A sua atividade pela Reforma católica, mantida de modo afável e gentil, contou com o pleno apoio seja do imperador Ferdinando I seja do Papa Gregório XIII. Ele não gostava de colocar em realce heresias e erros na doutrina, mas aspectos de novidades perenes na Doutrina católica.

Nos últimos anos da sua vida, fundou em 1580, em Friburgo, Suíça, o colégio Sankt Michael, que, depois, foi transferido para Feldkirch e, enfim, para St. Blasien, na Floresta Negra.

Quando morreu, em 21 de dezembro de 1597, foi sepultado na igreja Sankt Michael do colégio de Friburgo.

Santo do Dia – 20/12

São Domingos de Silos, restaurador do mosteiro de Silos

Origens

São Domingos nasceu em Cañas, vila da província de Navarra (Espanha), isso no ano 1000, dentro de uma humilde família cristã. Quando o pai de Domingos enxergou a inclinação do filho para os estudos religiosos, tratou logo de encaminhá-lo para a formação que o levou — por vocação —, ao sacerdócio.

Ordenação
Ordenado sacerdote, passou mais de um ano na família e, depois, viveu dezoito meses na solidão. Com o passar do tempo, entrou para a família beneditina, ingressando no mosteiro de Santo Emiliano, onde logo foi feito mestre dos noviços pelo abade do mosteiro. Em seguida, foi encarregado de restaurar o priorado de Santa Maria de Cañas. Após isso, foi feito prior do mosteiro de Santo Emiliano.

Eremita
Certo dia, o príncipe de Navarra, sem dinheiro para as suas guerras, veio ao mosteiro exigir uma contribuição exorbitante. Os monges estavam dispostos a ceder, mas Domingos recusou. Fugindo da vingança do príncipe, exilou-se em Burgos, onde Fernando Magno, rei de Castela e Aragão, o recebeu em seu palácio. São Domingos retirou-se, todavia, para um eremitério fora da cidade. Então, o rei pensou no mosteiro de São Sebastião de Silos, quase abandonado, e deu-o ao recém-chegado, a 14 de janeiro de 1041.

São Domingos de Silos e as três coroas
Um sonho, um chamado
Na Ordem de São Bento, São Domingos de Silos descobriu o seu chamado a uma contemplação profunda e ações que salvassem almas, sendo assim, recebeu de um anjo em sonho a promessa de 3 coroas que significavam: uma por ter abandonado o mundo mal e se ter encaminhado para a vida perfeita; outra por ter construído Santa Maria de Cañas e ter observado castidade perfeita; e a terceira pela restauração de Silos. De fato, esta última coroa se realizou perfeitamente, pois durante os 30 anos de pai (abade) no mosteiro de São Sebastião em Silos, este local tornou-se centro de cultura e cenáculo de evangelização para a Igreja e o Mundo.

Libertou Escravos
Tornou-se um dos homens mais populares da Espanha após libertar um bom número de escravos cristãos detidos pelos mouros. Por volta do ano 1061, Domingos restaurou o culto de São Vicente e de suas irmãs, mártires de Ávila, que foram esquecidos nas ruínas causadas pela guerra árabe.

Páscoa
O abade de Silos faleceu a 20 de dezembro de 1073, entre os seus numerosos filhos espirituais e assistido pelo Bispo de Burgos. Foi sepultado no claustro.

Via de Santificação
São Domingos, que foi amado pelo povo e respeitado por reis e rainhas, operou em vida e também depois da morte muitos milagres, os quais provaram com clareza o quanto se encontra no Céu tão íntimo, quanto buscava ser aqui na terra.

Relíquia
Em 1076, o Bispo de Burgos transferiu o corpo de São Domingos para a igreja de São Sebastião. E a abadia foi perdendo pouco a pouco o nome de São Sebastião para adotar o de São Domingos.

Minha oração

“Querido monge Domingos, suscitai novas vocações à vida contemplativa, à doação total de vida, aos carismas de clausura para que a Igreja seja sustentada na oração e oblação dessas almas amantes do Senhor. Amém.”

São Domingos de Silos, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 20 de dezembro
Em Roma, no cemitério de Calisto, junto à Via Ápia, o sepultamento de São Zeferino, papa. († 217/218)
Em Roma, junto à Via Salária Antiga, no cemitério “ad Septem Palumbas”, São Liberal, mártir. († data inc.)
Em Antioquia, na Síria, hoje Antakya, na Turquia, São Filogónio, bispo. († 324)
No território do Jura Helvético, junto ao rio Doubs, na atual Suíça, Santo Ursicino, discípulo de São Columbano. († c. 620)
Em Torre del Greco, perto de Nápoles, na Campânia, região da Itália, o Beato Vicente Romano, presbítero.(† 1831)
No campo de concentração de Sachsenhausen, na Alemanha, o Beato Miguel Piaszczynski, presbítero e mártir. († 1940)

Fonte:cancaonova

Santo do Dia – 19/12

Beato Urbano V, o 200º Papa da Igreja Católica

Origens
Guilherme de Grimoard nasceu em 1310, no castelo de Grisac, nas Cevenas, França. Seu pai era Guilherme, um cavaleiro, e sua mãe era Anfelisa de Montferrand. Desde a infância, mostrou-se hostil a toda frivolidade. Sua mãe, vendo-o fugir dos jogos próprios da sua idade, recolhendo-se à capela dizia: “Eu não o compreendo, mas, enfim, basta que Deus o compreenda”.

Estudos
Após ter estudado em Montpellier e em Tolosa, entrou na abadia beneditina de Chirac, próxima de Mende; proferiu os votos no convento de São Vítor de Marselha e, em seguida, entrou na Congregação de Cluny. Formou-se em Direito Canônico em outubro de 1342; ensinou nas Universidades de Toulouse, Montpellier, Paris e Avignon; exerceu as funções de Vigário Geral em Clermon e Uzés.

Abade
Foi nomeado Abade de S. Germano de Auxerre em 13 de fevereiro de 1352 e, no dia 26 de julho do mesmo ano, Clemente VI nomeou-o Legado Pontifício na Lombardia. Mais tarde, sendo Abade de São Vítor de Marselha, foi encarregado da mesma missão no reino de Nápoles, por Inocêncio VI.

Beato Urbano V: lançou ao mundo missionários para Evangelizar
Sucessor de Inocêncio VI
Os Papas residiam em Avignon, cidade na França, mas já pensavam em voltar para Roma; para preparar esse regresso, Guilherme desenvolvia grande atividade diplomática na Itália. Nos fins de 1362, sucedeu a Inocêncio VI, com o nome de Urbano V, sendo um dos sete Papas que, de 1309 a 1377, residiram em Avignon.

Pontificado
O seu Pontificado assinalou-se pelo envio de missionários para as Índias, a China e a Lituânia; pela pregação de uma nova cruzada; pelo apoio que deu aos estudos eclesiásticos, e por diversas reformas que levou a efeito na administração da Igreja.

Êxito na Revolução Dinástica
Depois de renovar a excomunhão pronunciada por Inocêncio VI contra Pedro IV, rei de Castela, assassino de sua mulher e polígamo, autorizou Henrique de Trastâmara, seu irmão, a destroná-lo. Convidou ao mesmo tempo Du Guesclin e as suas “companhias brancas” a prestar-lhe auxílio, assegurando assim o êxito dessa revolução dinástica.

O final da vida de um humilde Papa

Páscoa
Em 1367, Urbano V entendeu que tinha chegado o momento de regressar a Roma. No dia 19 de maio, embarcou em Marselha, acompanhado de vinte e quatro embarcações; no dia 3 de junho, desembarcou em Corneto e, em 16 de outubro, fez a entrada triunfal na Cidade Eterna. Não conseguiu, porém, manter-se, apesar dos protestos de Santa Brígida, que lhe previu morte próxima se voltasse. Mas voltou no dia 26 de setembro de 1370, regressando a Avignon, onde morreu em 19 de dezembro de 1370, revestido do hábito beneditino.

Antes da Páscoa
Tempos antes, tinha-se mudado para casa de seu irmão, por não desejar acabar a vida num palácio. Por sua ordem, as portas dessa casa mantinham-se abertas, a fim de que todos pudessem entrar livremente e ver “como morre um Papa”.

Via de Santificação
A causa de sua beatificação se deu por intermédio de Papa Gregório XI. Milagres foram atribuídos por Urbano V e suas virtudes foram documentadas. O cisma ocidental fez com que a causa de beatificação ficasse suspensa, mas foi reativada séculos mais tarde, e, em 10 de março de 1870, Papa Urbano V foi beatificado. Sua festa é celebrada no dia 19 de dezembro.

Minha oração

“Nesses tempos tão difíceis de ataques contra a Igreja e contra a fé, contra o Papa e o magistério, te rogamos a proteção e o crescimento da santa mãe Igreja, pois sem ela não podemos prestar um verdadeiro culto a Deus. Amém.”

Beato Urbano V, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 19 de dezembro
Em Roma, no cemitério de Ponciano, junto à Via Portuense, o sepultamento de Santo Anastásio I, papa. († 401)
Em Auxerre, na Gália Lionense, atualmente na França, São Gregório, bispo. († s. VI)
Na Cartuxa de Casotto, no Piemonte, região da Itália, o Beato Guilherme de Fenóglio, religioso, que antes tinha sido eremita. († c. 1200)
Em Bac-Nihn, localidade do Tonquim, hoje no Vietnam, os santos mártires Francisco Xavier Hà Trong Mâu e Domingos Bùi Van Úi, catequistas, Tomé Nguyen Van Dê, alfaiate, e também Agostinho Nguyen Van Mói e Estêvão Nguyen Van Vinh, agricultores. († 1838)
Em Slonim, cidade da Polónia, as beatas Maria Eva da Providência e Maria Marta de Jesus, virgens da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição e mártires. († 1942)

Fonte:cancaonova