Evangelho do dia – 31/12/2023

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 2,22-40

Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés,
Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”.

Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor.

Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.

O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele.

Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”.

Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.

Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.

Palavra da Salvação.

Santo do Dia – 30/12

São Rugero

Rugero nasceu entre 1060 e 1070, na célebre e antiga cidade italiana de Cane. O seu nome, de origem normanda, sugere que seja essa a sua origem. Além dessas poucas referências imprecisas, nada mais se sabe sobre sua vida na infância e juventude. Mas ele era respeitado, pelos habitantes da cidade, como um homem trabalhador, bom, caridoso e muito penitente. Quando o bispo de Cane morreu, os fiéis quiseram que Rugero ficasse no seu lugar de pastor. E foi o que aconteceu: aos trinta anos de idade, ele foi consagrado bispo de Cane.

No século II, essa cidade havia sido destruída pelo imperador Aníbal, quando expulsou o exército romano. Depois, ela retomou sua importância no período medieval, sendo até mesmo uma sede episcopal. No século XI, mais precisamente em 1083, por causa da rivalidade entre o conde de Cane e o duque de Puglia, localidade vizinha, a cidade ficou novamente em ruínas.

O bispo Rugero assumiu a direção da diocese dentro de um clima de prostração geral.

Assim, depois desse desastre, seu primeiro dever era tratar da sobrevivência da população abatida pelo flagelo das epidemias do pós-guerra. Ele transformou a sua sede numa hospedaria aberta dia e noite, para abrigar viajantes, peregrinos e as viúvas com seus órfãos. Possuindo o dom da cura, socorria a todos, incansável, andando por todos os cantos, descalço. Doava tudo o que fosse possível e a sua carruagem era usada apenas para transportar os doentes e as crianças.

Todavia esse século também foi um período conturbado para a história da Igreja. Com excessivo poder civil estava dividida entre religiosos corruptos e os que viviam em santidade. Rugero estava entre os que entendiam o episcopado como uma missão e não como uma posição de prestígio para ser usada em benefício próprio. Vivia para o seu rebanho, seguindo o ensinamento de são Paulo: “Tudo para todos”.

Por tudo isso e por seus dons de conselho e sabedoria, no seu tempo foi estimado por dois papas: Pascoal II e Celásio II. Para ambos, executou missões delicadas e os aconselhou nas questões das rivalidades internas da Igreja, que tentava iniciar sua renovação.

Entrou rico de merecimentos no Reino de Deus, no dia 30 de dezembro de 1129, em Cane, onde foi sepultado na catedral. Considerado taumaturgo em vida, pelos prodígios que promovia com a força de suas orações, logo depois de sua morte os devotos divulgaram a sua santidade.

No século XVIII, a cidade de Cane praticamente já não existia. A população se transferira para outra mais próspera, Barleta. Mas eles já cultuavam o querido bispo Rugero como santo. Pediram a transferência das suas relíquias para a igreja de Santa Maria Maior, em Barleta. Depois, foi acolhido na sepultura definitiva na igreja do Mosteiro de Santo Estêvão, atual Santuário de São Rugero. Os devotos o veneram no dia de sua morte como o bispo de Cane e o padroeiro de Barleta. Em 1946, são Rugero foi canonizado pela Igreja.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Anísia, Libério e Sabino.

FONTE: franciscanos.org.br

Evangelho do dia – 30/12/2023

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 2,36-40

Naquele tempo, havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser.
Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus
com jejuns e orações. Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.

Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.

Palavra da Salvação.

Santo do Dia – 29/12

SÃO TOMÁS BECKET, BISPO DE CANTUÁRIA, MÁRTIR

“Aceito a morte, em nome de Jesus e pela Igreja”. Tomás Becket pronunciou estas palavras pouco antes de morrer. Assim, cumpria-se uma parábola extraordinária do seu testemunho cristão. Aquele homem poderoso, acostumado a comandar, morreu como mártir e servo de Cristo, por não renegar à sua fé e por manter a liberdade da Igreja Católica.

Estadista
Tomás nasceu em Londres, em 1118, em uma família de origem da Normandia. Desde a juventude, foi encaminhado à carreira eclesiástica. Formou-se na Abadia de Merton e, a seguir, estudou na França e frequentou a universidade de Bolonha, distinguindo-se sempre pelas suas qualidades intelectuais.

Em 1154, foi arquidiácono na diocese de Cantuária; no ano seguinte, o novo Rei da Inglaterra, Henrique II, o nomeou Chanceler do seu reino. Tomás era o homem de maior confiança do monarca; vivia uma vida de bem-estar e não renunciava às insígnias e privilégios do poder. Não obstante, o nosso Santo nunca deixou de ser generoso com os pobres e demonstrou sua liberdade interior mesmo diante do soberano, do qual não só era conselheiro, mas também pessoa de confiança.

Ao serviço da Igreja
A reviravolta na vida de Tomás Becket deu-se em 1161, quando aceitou de se tornar Arcebispo de Cantuária. Tal nomeação foi fortemente recomendada por Henrique II, que jamais teria imaginado de encontrar um convicto adversário naquele que, uma vez, era seu colaborador mais íntimo. Desde então, Tomás passou a servir a um Senhor, bem maior que aquele soberano terreno. O contraste entre ambos ocorreu quando o rei quis limitar a liberdade e a independência da Igreja Católica na Inglaterra, por meio das chamadas Constituições de Clarendon. Tomás foi solicitado a sigilar aquela Carta, que delimitava as prerrogativas da Igreja, mas o novo Arcebispo de Cantuária demonstrou ser um baluarte invencível. A imposição do rei foi rejeitada com determinação: “Em nome de Deus onipotente, não colocarei meu sigilo”. Assim, o amigo de então se torna, aos olhos do rei, um inimigo obstinado.

Mártir da fé e da liberdade
Tomás experimentou os sofrimentos do exílio: foi hóspede em um mosteiro Cisterciense e, depois, encontrou refúgio na França, onde permaneceu seis anos distante da sua pátria.

Ao retornar a Cantuária, foi acolhido com alegria pelos fiéis, o que causou uma maior adversidade por parte da Coroa. Narra-se que, certo dia, Henrique II havia expresso o desejo de que alguém liquidasse aquele Bispo incômodo. Seu desejo foi levado a sério por quatro cavaleiros, que partiram de Londres rumo a Cantuária. Assim, Tomás Becket foi barbaramente assassinado a facadas no interior da sua Catedral. Era o dia 29 de dezembro de 1170. Narra-se ainda que, diante da pergunta dos seus assassinos “Onde está Tomás, o traidor?”, o arcebispo tenha respondido: “Estou aqui, mas não sou um traidor; sou apenas um bispo e sacerdote de Deus”.

A imensa comoção que este assassinato suscitou foi além dos confins da Grã-Bretanha, tanto que, apenas três anos depois, no dia 21 de fevereiro de 1173, o Papa Alexandre III sancionou o seu martírio, elevando-o à honra dos altares.

FONTE: vaticannews

Evangelho do dia – 29/12/2023

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 2,22-35

Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor.

Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”.

Foram também oferecer o sacrifício – um par de rolas ou dois pombinhos – como está ordenado na Lei do Senhor.

Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.

O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento
para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”.

Palavra da Salvação.

Santo do Dia – 28/12

SANTOS INOCENTES, MÁRTIRES

O evangelista Mateus narra que, quando Jesus nasceu em Belém, alguns Magos se apresentaram ao rei Herodes para lhe perguntar onde estava o Menino – o Rei dos Judeus – para adorá-lo.
Temendo perder o trono, Herodes quis saber mais informações, com a intenção de matá-lo. Então, após consultar os escribas, pediu aos Magos para procurá-lo e, na volta da sua viagem, dizer-lhe onde se encontrava.
Mas, diz o Evangelho, os Magos “avisados em sonhos para não voltar a ter com Herodes, tomaram outra estrada para regressar aos seus países”.
Ao perceber que os Magos o tinham enganado, Herodes, enfurecido, – diz ainda o Evangelho – “mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território, que tivessem menos de dois anos”.

A pequena vanguarda
A Igreja venera esses Inocentes como mártires, desde os primeiros séculos. Uma vez que perderam a vida, logo depois da vinda de Cristo ao mundo, recorda a sua memória próxima à celebração do Natal. Por desejo do Papa Pio V, tal celebração foi elevada a Festa litúrgica.
Prudêncio, poeta do século IV, definiu esses Inocentes, – no hino da Epifania do “Liber cathemerinòn” – como “flores martyrum”, flores dos mártires, “que se tornaram brotos viçosos, por causa do perseguidor de Jesus Cristo”.
O santo Bispo de Cartago, Dom Quodvultdeus, disse em um sermão: “Essas crianças, sem saber, morreram por Cristo, enquanto seus pais choravam pela perda de seus mártires. Assim, Cristo fez suas testemunhas aqueles que ainda não falavam”. E continua: “Ó dom maravilhoso da graça! Quais os merecimentos desses meninos, que se tornaram vencedores? Eles ainda nem falavam e já professavam a fé em Cristo! Eles não eram capazes de enfrentar uma luta, porque mal mexiam seus membros! No entanto, carregaram triunfantes a palma da vitória”!
Enfim, os Santos Inocentes são uma pequena parte do exército de mártires que deram e ainda continuam dando testemunho, com seu sangue, da sua pertença a Cristo; essas criaturas puras escreveram a primeira página da longa lista dos mártires cristãos.

Vítimas inocentes de ontem e de hoje
Para a tradição cristã ocidental, o episódio evangélico dos Santos Mártires Inocentes é um exemplo típico de como a sede de poder pode levar a crimes atrozes. De fato, os filhos de Belém foram vítimas do ódio impiedoso de Herodes com aqueles que poderiam ter impedido seus planos de poder e domínio.
Ao longo dos séculos, foram realizadas várias obras de arte com base neste tema e na história dos filhos de Belém.
Em 2016, no dia dos Santos Mártires Inocentes, o Papa Francisco escreveu uma Carta aos Bispos exortando-os a “ouvir o grito e as lágrimas de tantas mães e tantas famílias pela morte dos seus filhos, filhos inocentes”, que representam “o grito de dor das mães, que choraram pela morte dos seus filhos inocentes, diante da tirania e da ânsia desenfreada de poder de Herodes”. “Um grito – escreveu o Pontífice – que ainda hoje continuamos a ouvir, que toca a nossa alma e que não podemos e não devemos ignorar ou calar”.

Com estas palavras, Francisco faz um premente apelo aos Bispos de todo o mundo para que defendam a inocência das crianças “dos novos Herodes do nosso tempo”, que a espezinham e dilaceram “com o peso do trabalho clandestino e escravo, com o peso da prostituição e da exploração; uma inocência exterminada por guerras e a emigração forçada”.
Além do mais, o Papa também recomenda ouvir o pranto e o grito da Igreja, que pede perdão e “chora, não apenas por causa da dor causada aos seus filhos mais pequeninos, mas também por reconhecer que até alguns dos seus membros cometem o mesmo pecado: sofrimento, história e dor de tantos menores, vítimas de abusos sexuais por parte de sacerdotes”.

FONTE: vaticannews

Evangelho do dia – 28/12/2023

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 2,13-18

Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”.

José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. Ali ficou até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu Filho”.

Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos. Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: “Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada, porque eles não existem mais”.

Palavra da Salvação.

Santo do Dia – 27/12

SÃO JOÃO, APÓSTOLO E EVANGELISTA

“O discípulo que Jesus amava”: assim João se autodefine, simplesmente, em seu Evangelho. Ele tinha razão em definir-se desta maneira, porque assumiu uma das funções mais importantes na história da salvação, além, naturalmente, de Maria, que Jesus lhe confiou, pessoalmente, quando estava agonizante na cruz: “eis o teu filho” e “eis a tua mãe”. Desde então, João levou Maria consigo e cuidou dela como “a pessoa mais querida”; o elo de união entre os dois era, precisamente, a pureza e a vida virginal, que ambos viveram.

Dados históricos
São várias as fontes históricas, que dão detalhes sobre a vida do evangelista e apóstolo. Algumas são apócrifas, como outro Evangelho, que, segundo alguém, devem ser atribuídas precisamente à sua pena. Sabemos que João era o mais novo entre os Doze e o que viveu mais que todos.
João era natural da Galileia, de uma região às margens do Lago de Tiberíades. Por isso, era de uma família de pescadores. Seu pai se chamava Zebedeu e sua mãe Salomé. Seu irmão, Tiago, chamado Maior, também foi apóstolo. Jesus sempre se referia a ele e estava no meio dos poucos, que O acompanham, nas ocasiões mais importantes: por exemplo, quando ressuscitou a filha de Jairo, na sua Transfiguração sobre o Monte Tabor e durante a sua agonia no Getsêmani. Durante a Última Ceia, João ocupou um lugar de honra, à direita do Senhor, em cujo ombro encostou a cabeça, como gesto de carinho.
Naquele momento, o Espírito Santo infundiu-lhe a sabedoria, com a qual pôde escrever o seu Evangelho na velhice. João foi o único que esteve aos pés da Cruz, além de Maria, com a qual passou os três dias antes da ressurreição; foi também o primeiro a chegar ao túmulo vazio, após o anúncio de Maria Madalena. Porém, deixou Pedro entrar por primeiro, por respeito e por ser mais velho. Desde então, transferiu-se com Maria para Éfeso, onde começou a sua pregação do Evangelho na Ásia Menor.
Parece que João sofreu pela perseguição de Domiciano e foi exilado para a ilha de Patmos. Depois, com a chegada de Nerva, retornou para Éfeso, onde terminou seus dias, com mais de cem anos, por volta do ano 104.

“A flor dos Evangelhos”
Assim foi chamado o Evangelho escrito por João, também denominado “Evangelho espiritual” ou “Evangelho do Logos”, graças à perfeição da sua linguagem teológica e à invenção do termo polissêmico “Logos”, para indicar Jesus, com diversos significados: “Palavra”, “diálogo” , “projeto”, “Verbo”.
Além disso, em seu Evangelho, a palavra “crer” é citada 98 vezes, porque somente assim se podia atingir o Coração de Jesus: acreditar na liberdade e aceitar a graça, como demonstra o discípulo amado de Jesus.
O Evangelho de São João é altamente mariano, não tanto pela enorme quantidade de referências à Virgem Maria, mas pela graça especial de ter conhecido seu Filho, mais do que qualquer outra pessoa, e por desvendar o mistério de Cristo. No entanto, Maria aparece apenas duas vezes na narração de João: nas Bodas de Caná e no Calvário.
A narrativa das Bodas de Caná é de particular importância: naquela ocasião, deu-se o primeiro encontro de Jesus com João. No entanto, a vocação de João – que, com André, já era discípulo de João Batista – ocorreu, provavelmente, em Betânia, às margens do rio Jordão. Ao ver Jesus chegar, Batista o saudou como “Cordeiro de Deus”. O evangelista João ficou tão impressionado com aquele encontro, a ponto de recordar até a hora em que ocorreu: a décima hora, ou seja, às 16 horas. Doravante, não pôde não seguir a Jesus.
Todavia, além do alto valor teológico, o Evangelho de João se diferenciou dos Sinópticos pela sua ênfase à humanidade de Cristo, que emerge pelos detalhes de algumas narrativas, como: “sentar-se cansado”, “derramar lágrimas por Lázaro” ou “sentir sede na Cruz”.

Apocalipse e Cartas de João
São João escreveu também três Cartas e o Apocalipse, o único Livro profético do Novo Testamento. As Escrituras se concluem com este Livro e, conforme o significado do seu próprio nome – “revelação” – indica a mensagem concreta de esperança, que traz consigo. Assim, de qualquer maneira, coloca um ponto final no diálogo entre Deus e o homem. Desde então, coube à Igreja falar e interpretar a ação de Deus no âmbito da História, até ao seu retorno definitivo à Terra, no fim dos tempos. Nesse sentido, o Apocalipse é também uma “profecia”.
Quanto às três Cartas ou Epístolas de São João, escritas, provavelmente, em Éfeso, são Cartas sobre o amor e a fé, que visam defender algumas Verdades espirituais fundamentais, contra o ataque das doutrinas gnósticas.

Eis o “prólogo” inimitável do Evangelho de João:
«No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz. Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
João testificou dele, e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: O que vem após mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu. E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça. Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou» (João 1:1-18).

FONTE: vaticannews

Evangelho do dia – 27/12/2023

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20,2-8

No primeiro dia da semana, Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.

Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo
correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.

Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão e o pano que tinha estado  sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.

Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.

Palavra da Salvação.

Santo do Dia – 26/12

SANTO ESTÊVÃO, PRIMEIRO MÁRTIR

A dolorida fronte debruçava,

Já mal ferido, o mártir para a terra:

Portas ao céu os olhos seus tornava,

Pedindo a Deus, naquela horrível guerra,

Que aos seus perseguidores perdoasse:

Riso piedoso os olhos lhe descerra. (Purgatório, XV)

Na Divina Comédia, Dante narra ter assistido a uma cena impressionante: a lapidação de um jovem que, moribundo, invoca o perdão para seus perseguidores. O poeta florentino ficou comovido pela mansidão de Estêvão, que, de fato, emerge com toda a sua força na narração dos Atos dos Apóstolos, onde encontramos este acontecimento. “Senhor, não lhes imputes este pecado”, grita Estêvão, ajoelhando-se um pouco antes de expirar.

O jovem Estêvão, cheio de Espírito Santo, foi um dos primeiros a seguir os Apóstolos. Supõe-se que ele era grego ou judeu, educado na cultura helênica. Mas, com certeza, era muito estimado na Comunidade de Jerusalém, tanto que seu nome aparece nos Atos como o primeiro, entre os sete, que foram eleitos para ajudar na missão dos Apóstolos. “Homem cheio de fé e de Espírito Santo”, fazia prodígios e milagres. Porém, alguns da Sinagoga incitaram o povo, os anciãos e os escribas, dizendo tê-lo ouvido pronunciar expressões blasfemas contra Moisés e contra Deus. Era o período do pós-Pentecostal.

Estêvão foi arrastado para diante do Sinédrio, onde falsas testemunhas o acusaram terem ouvido suas afirmações de que Jesus Nazareno teria destruído aquele lugar e alterado os costumes transmitidos por Moisés.

Lapidação e perdão
Estêvão pronunciou o discurso mais longo dos Atos dos Apóstolos, um discurso forte no qual repercorreu a história da salvação. Deus havia preparado a vinda do Justo, mas eles se opuseram ao Espírito Santo, da mesma forma como seus pais perseguiram os profetas. E Estêvão concluiu: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus”. Tais palavras lhe custaram caro. Mas eles gritaram em alta voz e, arremetendo-se contra ele, se puseram a apedrejá-lo. Entre os que aprovaram a sua morte estava Saulo, que, depois se tornou São Paulo, passando de feroz perseguidor dos cristãos a Apóstolo dos gentios. Aos seus pés, depositaram o manto de Estêvão. Enquanto era apedrejado, o jovem pedia a Jesus para acolher o seu espírito e perdoar seus assassinos.

Grande devoção pelo Protomártir
O lugar do martírio de Santo Estêvão, em Jerusalém, situa-se, segundo a Tradição, um pouco fora da Porta de Damasco, onde hoje surge a igreja de Saint-Étienne. No cristianismo, era muito forte a devoção por Santo Estêvão. As notícias sobre as suas relíquias remontam ao ano 400 d.C. A sua vida, sobretudo o seu martírio, repercutiu profundamente na arte. Quase sempre, ele é representado com a palma ou com pedras decorativas.

FONTE: vaticannews