Santo do Dia – 17/01

Santo Antão: o pai dos monges que defendeu a divindade do Verbo de Deus

“Ele inspira o povo de Deus e, sobretudo os monges a viverem o amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. Nós somos chamados a viver como Santo Antão, ligados à Deus, à Igreja e ao mundo e um dia carregamos a esperança na eternidade.”
Por Dom Vital Corbellini, bispo de Marabá (PA)

A Igreja festeja no dia 17 de Janeiro, Santo Antão. O conhecimento de sua vida deu-se através de Santo Atanásio, Bispo de Alexandria, no Egito[1]. Seguindo a Jesus, ele é considerado pela comunidade eclesial, o pai dos monges, sendo o inspirador de todo o movimento monacal. Ele viveu entre III e IV séculos, devendo ter morrido com mais de cem anos.

A obra do bispo de Alexandria foi fundamental para a orientação de todo o movimento monacal. O período das perseguições contra o cristianismo estava acabando pelo Império romano e também pelo fato de que o monaquismo estava iniciando tanto no Oriente como no Ocidente de modo que era preciso apresentar um modelo de vida monacal para todas as pessoas que seguiam essa forma de vida na Igreja e com o Senhor. É importante analisar alguns pontos de Santo Antão como aquele que defendeu o Verbo de Deus diante do arianismo, que negava a sua divindade. O monge anunciou a vida do Senhor, sobretudo para o povo de Alexandria.

A sua vida em contínua retirada

Santo Antão, ou Antônio teve uma vida em continua retirada. Sendo filho de pais ricos, abandonou as riquezas e foi se retirando de seu lar, comunidade, e foi aos poucos morar nos desertos. Quando ele participou de uma celebração eucarística de sua comunidade ao ouvir o evangelho do jovem rico que pediu para Jesus o que ele faria de bom para ganhar a vida eterna?! Jesus lhe disse que era para ele observar os mandamentos da Lei de Deus e cumpri-los. Quando ele disse que estava observando os mandamentos, Jesus lhe fez uma proposta mais radical no sentido da perfeição evangélica, para vender os seus bens, dá-los aos pobres, tendo um tesouro nos céus e depois era para ele vir e seguir a Jesus. Mas como o jovem era cheio de riquezas, foi para casa triste (Mt 19,16-22). A partir desse evangelho, Antão assumiu a palavra de Jesus no sentido de segui-lo e tomar o lugar daquele jovem. Ele foi abandonando as suas coisas e foi se retirando aos poucos para seguir a Jesus Cristo.

O desejo pela solidão

Santo Antão ou Antônio foi anacoreta, uma pessoa que vivia a solidão sem a vida comunitária. Os anacoretas viviam em lugares desertos e também nas cidades. Além de ele ser o pai do monaquismo em geral, Antão foi também o pai do monaquismo anacoreta, das pessoas que viviam sozinhas. No deserto era ele uma pessoa dedicada à oração, ao trabalho e à leitura da Sagrada Escritura. As pessoas falavam que ele sabia a Escritura de cor. Ele trabalhava com as próprias mãos seguindo a palavra do apóstolo São Paulo que quem não quisesse trabalhar não deveria comer (2 Ts 3,10). É importante afirmar que o trabalho no monaquismo antigo visava prover as próprias coisas para o sustento de suas vidas e também para ajudar em esmola os pobres[2].

O enfrentamento com os espíritos maus

Santo Antão enfrentou os espíritos maus no deserto. O deserto era um lugar para se encontrar com Deus, mas também para lutar contra os espíritos malignos. Estes o insinuaram a abandonar a vida de ascese, à volta para trás, o amor ao dinheiro, o desejo da glória, o prazer nas coisas. Tudo isso era para fazê-lo renunciar à reta eleição. Mas Antão foi muito constante em enfrentar os espíritos maus pela oração, pela unidade com o Senhor Jesus que o seguia sempre mais no deserto. Como Santo Atanásio disse Antão pôs Cristo no coração e meditando a nobreza que vem dele e sobre a espiritualidade da alma, apagava as forças que vinham do demônio[3].

Antão venceu o demônio da impureza

O santo monge venceu o demônio da impureza que lhe assaltavam os pensamentos. Ele tinha se apresentado como o amigo da impureza, mas que Antão sempre o afastava pela oração, pelo encontro com o Senhor Jesus. Antão se encorajou e alegre prosseguia o seu caminho. Ele dizia que o Senhor era o seu socorro, de modo que era possível superar, desprezar os seus inimigos (Sl 117,7)[4].

O valor da perseverança

Santo Antão pregava para todas as pessoas a importância da perseverança, para desta forma unirem-se sempre mais a Deus e aos irmãos e irmãs. A pessoa não abandona a vontade de ser fiel também no dia atual, se ontem o foi de verdade. Jesus pediu de seus discípulos a perseverança até o final das tribulações em vista da salvação (Mt 24,13). O monge santo tinha presente a palavra de Paulo que diz que aquele que escolheu o bem, a paz, o amor, Deus colabora com ele (Rm 8,28)[5].

Jesus venceu o espírito mau

Santo Antão tinha presente o Senhor que venceu as tentações do ter, do poder e do prazer (Mt 4,1-10). A necessidade é a realização do bem, da luta pela paz e pelo amor entre as pessoas, famílias e povos. Assim não será necessário temer os espíritos maus, pela confiança em Deus e pela caridade com as pessoas, sobretudo para com os pobres. Antão acreditava nas palavras do Senhor quando mandou embora Satanás onde tinha presente as palavra da Escritura que somente a Deus a pessoa adorará e só a ele o servirá (Mt 4,10)[6].

O monge era considerado o substituto do mártir

Com o fim das perseguições os monges iram no deserto para enfrentar os espíritos maus e viverem o martírio da solidão, da oração e das práticas de ascese, do jejum e outras privações. Antão teve esta idéia que deixou a vida diária para ir ao deserto e viver uma vida de santidade. Mas ele nunca deixou o seu contato com os fieis de Alexandria que lhe dava consolo na perseguição de Maximino contra a Igreja. Antão desejava o martírio. Como não foi possível ser mártir, ele serviu os confessores na fé, como se estivesse preso por eles, e se consumia nesse serviço[7].

Santo Antão enfrentou o arianismo

Santo Antão foi uma pessoa muito imbuída pela graça de Deus, pela unidade com o Senhor Jesus Cristo e com o Espírito Santo. Ele como monge inspirado por Jesus Cristo saiu do deserto para enfrentar os arianos e todo o sistema do arianismo. Ário negava a divindade do Verbo de Deus de modo que ele foi condenado no Concílio de Nicéia em 325, quando este afirmou que o Filho Jesus é Deus como o Pai é Deus, é Deus como o Espírito Santo é Deus; Ele foi gerado desde sempre pelo Pai e é da mesma substância afastando desta forma toda a negação de sua divindade que vinha do sistema ariano. A pedido dos bispos e do povo cristão, Antão foi para Alexandria pregar para todos que o Filho de Deus não era criatura e que não foi tirado do nada; Ele é o Verbo eterno e a Sabedoria da substância do Pai. Era impiedade afirmar que teve um tempo em que ele não existiu, idéia presente em Ário, mas que Antão recusava, afirmando que o Filho estava sempre com o Pai. Era falsa a idéia ariana de que se colocaria entre as criaturas o Criador, Jesus, uma vez que tudo foi feito por meio dele (Jo 1,3)[8]. Ele é Criador e não criatura.

Antão era querido por todos

O povo se alegrava com Antão porque ele combatia a heresia ariana, que negava a divindade do Verbo. Antão defendeu a sua divindade. Os pagãos também desejavam ouvi-lo e vê-lo porque percebiam nele um homem de Deus. Em Alexandria o Senhor fez por meio dele milagres na purificação de espíritos maus. Muitas pessoas assumiram o cristianismo através de Antão, porque ele os conduzia ao Senhor Jesus e à Igreja[9].

Santo Antão morreu perto do Mar Vermelho, aos 105 anos de idade, segundo o relato de Santo Atanásio[10]. O Senhor que o amava tornou-o célebre em toda a parte. Foi um homem do Senhor, segundo o bispo de Alexandria, que desde a juventude até a idade avançada, conservou igual ardor na ascese[11]. Ele foi conhecido em toda a parte não somente no Oriente, mas também no Ocidente. Na verdade todos queriam saber a forma de sua vida monacal, porque o movimento estava iniciando em toda a Igreja. Ele inspira o povo de Deus e, sobretudo os monges a viverem o amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. Nós somos chamados a viver como Santo Antão, ligados à Deus, à Igreja e ao mundo e um dia carregamos a esperança na eternidade.

fonte: vaticannews

Santo do Dia – 16/01

SÃO JOSÉ VAZ

Coragem e medo! Dois sentimentos que podem dividir, ao mesmo tempo, o coração, quando a missão, escolhida a todo custo, pode representar também um desafio arriscado. O mendigo, vestido de escravo, que vagueava pela ilha do Ceilão, era determinado e temeroso. Ele tentou entrar em contato com os católicos, mas às ocultas, porque aqueles calvinistas holandeses espertos não viam a hora de atacarem os fiéis do Papa. Logo, precisava uma tática, que o mendigo vestido de escravo adotou. Uma ideia simples como a enfiada do rosário.

A energia do apóstolo
José Vaz tinha 35 anos, quando, em 1686, chegou ao Ceilão como um esfarrapado, perfeitamente “invisível”. Aquela ilha era a meta desejada, por toda uma vida, daquele sacerdote indiano de Goa. Em poucos anos de sacerdócio, já era estimado pelo seu zelo e inteligência missionários e inteligência ao administrar, apesar da sua jovem idade, as controvérsias eclesiais bastante delicadas.
Antes, onde quer que estivesse, o Padre José já era apreciado pela sua humildade e tenacidade de apóstolo, que só desejava se dedicar a Cristo. Naquele período, entrou em contato com a situação dos cristãos no Ceilão, dispersos e perseguidos. José queria se juntar a eles, mas foi chamado para exercer outro cargo, que obedeceu.
Após uma experiência como Vigário apostólico, que terminou em 1684, sentiu a necessidade de se consagrar como religioso. O problema era que os vários Institutos procuram europeus, não indianos. No entanto, a solução estava próxima.

Os Oratorianos
O Arcebispo de Goa havia autorizado, recentemente, o nascimento de uma Comunidade masculina. Três padres indianos começaram a conviver no monte Boa Vista, onde havia uma igreja dedicada a Santa Cruz dos Milagres. José pediu para se unir a eles e, em pouco tempo, tornou-se superior da casa. Para o povo, todos os quatro eram sacerdotes santos.
Com o passar do tempo, a Comunidade foi estruturada juridicamente e associou-se à Congregação do Oratório de São Felipe Neri. Entretanto, José vibrou interiormente: a chamada para viver no Ceilão não havia diminuído, pelo contrário, queria ir para lá, apesar dos perigos. Sabia, porém, que devia ir como clandestino. Então, cogitou um plano e, no final de 1686, o escravo, vestido de trapos, rumou para lá.

O estratagema do Rosário
O primeiro problema é que adoeceu logo. Durante dias, parecia a vítima evangélica do Bom Samaritano: definhou-se, quase morto, à beira da estrada. Algumas mulheres o ajudaram e ele se recuperou e foi à busca dos católicos, muitos dos quais se comportavam como Calvinistas para enganar os perseguidores. Nestas alturas, Padre José inventou um estratagema: colocou um Terço no pescoço e saiu batendo de porta em porta, pedindo esmola. Depois de certo tempo, percebeu o interesse de uma família por aquele sinal e, quando teve certeza de quem eram eles, se revelou.
Assim, a partir da aldeia de Jaffna, começou a nova evangelização do Ceilão: Missas à noite, Sacramentos administrados às ocultas, encontros. Padre José era incansável.
Porém, a fermentação suscitada pela sua atividade veio à tona. As autoridades prometeram dinheiro a quem revelasse a identidade do sacerdote desconhecido. Mas, ninguém o traiu, pelo contrário, muitos pagaram com suas vidas ou foram presos para defender o renascimento do Evangelho e do apóstolo, que reacendeu a fé; além do mais, para se salvar, foi ajudado a fugir para o pequeno reino de Kandy.

Mais forte que nunca
A “polícia” Calvinista teve uma ideia e fez circular uma fake news, uma notícia falsa: um espião português, dizia, vagava pelas ruas. Assim, Padre José acabou na rede.
Para grande surpresa, o Rei do pequeno reino de Kandy, Vilamadharma, budista, não aceitava que aquele homem bondoso acabasse sua vida em uma cela. Os próprios carcereiros deram testemunho de como ele se comportava na cela. Então o rei quis conhecê-lo e se tornaram amigos.
Em 1697, as consequências de uma terrível epidemia de varíola foi contida, graças à ação do Padre José – que tratava dos doentes e sugeria normas de higiene para limitar o contágio -. Assim, a grandeza daquele falso escravo tornou-se mais forte do que nunca.
O reino de Kandy tornou-se católico; a pregação na Ilha ganhou novo impulso, graças à chegada de dez Oratorianos e à tradução para do Evangelho em tâmil e cingalês, que o Padre José teve tempo de elaborar.
Quando, em 16 de janeiro de 1711, o religioso fechou os olhos, na Ilha já contavam 70.000 fiéis batizados, 15 igrejas e 400 capelas. Assim, o escravo de Deus pôde, finalmente, descansar.

fonte: vaticannews

Santo do Dia – 15/01

Santo Amaro, amigo de São Bento

Origens
Santo Amaro nasceu em Roma e entrou muito cedo para a vida religiosa. Filho espiritual e grande amigo de São Bento, tornou-se um beneditino com apenas 12 anos de idade. Realidades daquele tempo, mas que apontam para uma necessidade dos tempos atuais.

Exemplo de Silêncio
Ele foi apontado, desde muito cedo, como um exemplo de silêncio e também de correspondência às exigências da vida monacal. Vida de austeridade, de ação, de oração; “ora et labora” de fato.

Amigo de São Bento
Grande amigo de São Bento, viveu momentos que ficaram registrados. São Gregório foi quem deixou o testemunho de que, certa vez, São Bento, por revelação, soube que um jovem estava para se afogar em um açude. Disse ao então discípulo Amaro que fosse ao encontro daquele jovem. Ele foi. Sem perceber, com tanta obediência, ele caminhou sobre as águas e salvou aquele jovem; só depois ele percebeu que havia acontecido aquele milagre. Retribuíram a ele, mas, claro, ele atribuiu a São Bento, pois só obedeceu.

Santo Amaro: uma bela história de vocação e santidade
Vocação
História ou lenda, isso demonstra como Deus pode fazer o impossível aos olhos humanos na vida e por meio da vida naqueles que acreditam e buscam corresponder à vocação. Todos nós temos uma vocação comum, a mesma que Santo Amaro teve: a vocação à santidade. Esse santo foi quem sucedeu São Bento em Subiaco, quando este foi para Monte Casino. Ele foi exemplo de virtude, obediência e abertura à ação do Espírito Santo.

Páscoa
Ele morreu em 15 de janeiro de 584, aos 72 anos. Rezado contra resfriados, reumatismo e gota, contra dores musculares, Santo Amaro tornou-se muito querido pelo povo e venerado como santo taumaturgo.

Devoção
Aliás, na viagem para França, conta-se o milagre da multiplicação dos pães num pobre convento que o acolheu, em que os pobres monges, para acolher o santo peregrino, deram-lhe o único pão que restava na despensa, mas, na manhã, por milagre, encontraram a despensa cheia de pão fresco e em abundância por mais de um mês… O símbolo da Eucaristia e da caridade está aqui claro; em muitos países ainda é costume abençoar os sanduíches, símbolo de partilha, na festa do santo.

Minha oração
“Fiel seguidor de São Bento, rogai por todos os que circundam sob esse mesmo carisma, de modo especial pelas vocações beneditinas e pelos monges que ali vivem, para que também sejam fiéis ao fundador até o fim do mundo. Amém.”

Santo Amaro, rogai por nós!

fonte: cancaonova.com

Santo do Dia – 14/01

São Félix de Nola

De origem síria, Félix é filho mais velho de Hermias, um soldado sírio que tinha se retirado para Nola, perto de Nápoles, na Itália. Após a morte de seu pai, Felix vendeu quase todos os seus bens e deu para os pobres e passou a seguir a sua vocação clerical. Foi ordenado presbítero pelo bispo Maximus de Nola.

Durante as perseguições do Imperador Décius, o velho bispo Maximus, ajudado por Félix, fugiu para as montanhas e Félix foi preso, surrado e torturado para renegar a sua fé. A lenda diz que um anjo o livrou da prisão para que ele cuidasse do bispo doente.

Félix escondeu Maximus em uma casa abandonada. Diz ainda a tradição que, quando os dois estavam seguros dentro desta velha casa, uma aranha rapidamente teceu uma enorme teia sobre a porta de modo que todos pensassem que a casa estava abandonada há tempos. Os soldados imperiais por lá passaram e não entraram devido a enorme teia.

Com a morte de Décius em 251DC, as autoridades encerraram as perseguições aos cristãos.

Após a morte do Bispo Maximus, Félix foi escolhido para ser o bispo de Nola, mas recusou a favor de Quintus, um padre mais antigo e mais experiente.

Félix passou a explorar a sua pequena fazenda e dava tudo que nela produzia para os pobres e doentes. A pouca informação sobre São Félix vem de cartas e poesias que enviava para São Paulinus de Nola, que serviu como um porteiro na igreja dedicada a São Félix, e que mais tarde escreveu uma espécie de biografia de São Félix de Nola.

Félix faleceu em 255 de causas naturais, mas é normalmente listado como mártir devido às torturas e privações de que foi vítima durante as perseguições aos cristãos. Seu túmulo tornou-se local de peregrinações e vários milagres foram creditados a sua intercessão. Ele é invocado contra doenças nos olhos e picadas de insetos.

A Igreja também celebra neste dia a memória dos santos: Dácio, Ida e Bv. Pedro Donders e Bv. Odorico de Pordenone.

fonte: franciscanos.org.br

Santo do Dia – 13/01

S. HILÁRIO, BISPO DE POITIERS E DOUTOR DA IGREJA

Origens e conversão
As notícias sobre a vida deste verdadeiro Defensor Fidei são poucas, mas abundantes as obras teológicas que nos deixou.

Nascido em uma família abastada gálico-romana e pagã, Hilário recebeu uma sólida formação literária e filosófica. Entretanto, só depois da sua conversão ao cristianismo, – como ele mesmo declarou em uma das suas obras – conseguiu entender o sentido do destino do homem. Com a leitura do prólogo do Evangelho de São João, começou a dar orientação à sua busca interior.

Já adulto, casado e pai de uma filha, Hilário recebeu o Batismo e, entre os anos 353 e 354, foi eleito Bispo de Poitiers.

Luta contra a heresia
O período histórico, em que Hilário viveu, era caracterizado por um pluralismo religioso e cultural, que, com pesadas polêmicas, colocava em risco o núcleo central da fé cristã. De modo particular, as doutrinas de Ário, Ebion e Fotino – só para citar algumas – encontraram terreno fértil, tanto no Oriente quanto no Ocidente, por difundirem heresias trinitárias e cristológicas, que comprometiam o núcleo central da fé cristã.

Com coragem e profunda competência, Hilário começou a sua “luta” contra a polêmica trinitária e, de modo especial, contra o arianismo. Por sua parte, ele afirmava que Cristo podia ser o salvador dos homens, somente como verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Neste clima incandescente, Hilário pagou com o exílio seu compromisso pelo restabelecimento da ordem, no pensamento teológico, e pelo retorno da verdade.

Exílio e retorno a Poitiers
Durante o século IV, sob o império de Constâncio, filho do imperador Constantino o Grande, Hilário escreveu uma súplica ao imperador – Liber II ad Constantium – pedindo-lhe para se defender, publicamente, na sua presença, das acusações que Saturnino de Arles lhe havia imputado, injustamente, considerando-o traidor da verdadeira fé evangélica, que, como tal, o obrigava ao exílio na Frígia – atual Turquia – por quatro anos.

Subornado pelos arianos, que queriam se livrar de Hilário, Constantino o manda de volta a Poitiers, onde, ao invés, foi acolhido com triunfo. Ali, retomou suas atividades pastorais, contando com a colaboração do futuro Bispo de Tours, São Martinho, que, sob a direção de Hilário, fundou, em Ligugé, o mosteiro mais antigo da Gália, com o objetivo de deter os efeitos da heresia.

Nos últimos anos de vida, Hilário compôs um volume, com comentários de 58 Salmos, como também escritos exegético-teológicos e hinos de teor doutrinal. Entre as suas obras, destaca-se o Comentário sobre o Evangelho de Mateus, o mais antigo em língua latina. Suas obras foram publicadas por Erasmo de Rotterdam, em Basileia, em 1523, 1526 e 1528. Santo Hilário de Poitiers faleceu no ano 367.

Palavras de Bento XVI
Em 2007, continuando o ciclo de catequeses sobre os Padres Apostólicos, o Papa Bento XVI deteve-se sobre a figura de Hilário de Poitiers, resumindo o núcleo da sua doutrina nesta fórmula do Santo: “Deus não sabe ser nada mais, senão amor; não sabe ser outra coisa, senão Pai. Quem ama não é invejoso; quem é Pai o é na sua totalidade. Este nome não admite acordos, como se Deus fosse Pai, em certos aspectos, e não em outros”.

fonte: vaticannews

Santo do Dia – 12/01

S. ANTÔNIO MARIA PUCCI, PRESBÍTERO

“Não é preciso ter um vida longa, mas aproveitar a hora que Deus nos dá para cumprir nosso dever”. Certas inclinações são inatas, embora o ambiente em que se nasce e cresce possa influenciar muito.
Assim, Antônio Maria Pucci, que na infância era chamado Eustáquio, nasceu em uma família de camponeses, pobre de recursos, mas rica de fé. O menino tinha como passatempo preferido ajudar seu pai no cuidado da igreja, participar das funções e receber a Comunhão.
No período em que vivia no norte da Toscana, no século XIX, o jovem poderia ter sido uma ótima ajuda na lavoura, mas o Senhor o chamou e ele entrou para uma Ordem consagrada a Nossa Senhora: os Servos de Maria Santíssima.

“O pequeno pároco” de Maria
Ordenado sacerdote em 1843, Antônio Maria tornou-se Definidor Geral da sua comunidade, mas ele mais gostava de ser pároco na igreja de Santo André, em Viareggio, onde permaneceu por 48 anos.
Para todos, Padre Antônio Maria – nome que escolheu ao emitir seus votos – era o “pequeno cura”, sempre sorridente e, além do mais, sempre pronto a ajudar os outros.
Precursor das formas organizacionais, próprias da Ação Católica, criou, praticamente, uma associação para cada um de seus paroquianos, dando grande impulso ao compromisso dos leigos no seio da Igreja: para os jovens, fundou a Companhia de São Luís e a Congregação da Doutrina Cristã; para os homens, fundou a Companhia mariana de Nossa Senhora das Dores; para as mulheres, a Congregação das Mães Cristãs. Deu início também a uma Ordem religiosa feminina: as “Manteladas” de Viareggio, para a assistência das crianças enfermas.

“Parecia um anjo!”
Embora necessitasse de ajuda para manter as suas muitas obras, Antônio foi o primeiro a “arregaçar as mangas” e a ir de casa em casa, entre os pobres, para levar o que mais precisavam. Não guardava nada para si, nem roupas. Durante os dias, em que exercia seu ministério, que pareciam intermináveis, nunca se descuidava da oração: muitas vezes, seus paroquianos o viam êxtase, ficando suspenso ou caminhando sem pôs os pés no chão, tanto que muitos exclamam: “Parece um anjo”!
Assim era o Padre Antônio! Durante a epidemia de cólera, em 1854, tornou-se o anjo dos enfermos. A sua prática heroica de caridade, enfraqueceu seu físico, a ponto de ser acometido por uma pneumonia fulminante, em 1892, quando faleceu.
Antônio Maria Pucci foi beatificado por Pio XII, em 1952, e, dez anos depois, canonizado por São João XXIII.

fonte: vaticannews

Santo do Dia – 11/01

Santo Higino, o nono Papa da Igreja Católica

Origens
Santo Higino, nascido em Atenas (Grécia), é o nono Papa dentre os doze primeiros bispos de Roma feito por santo Ireneu. Muito querido pelo povo, o Papa governou a Igreja por quatro anos, sucedendo o Papa Telésforo. Seu breve pontificado, que foi do ano 136 a 140, foi marcado por perseguições aos cristãos; os ataques dos pagãos haviam diminuído e a Igreja se viu ameaçada pela proliferação de seitas heréticas.

O Combate ao Gnosticismo
Valentim e Cerdão ousaram enfrentar Roma espalhando a heresia do gnosticismo, mistura de doutrinas e práticas religiosas com filosofia e mistérios, cujo princípio fundamental é este: há uma fé comum que é suficiente aos incultos, mas existe uma ciência reservada aos doutos que oferece explicação filosófica da fé comum.

Excomungados pelo Papa Higino
Os dois hereges foram excomungados pelo papa Higino, chamado filósofo de origem ateniense. Portanto, um filósofo dirigia a barca de Pedro no momento certo, quando a perniciosa heresia gnóstica tendia a absorver a Revelação divina, transformando-a em simples filosofia religiosa.

Santo Higino: Buscava preservar a doutrina cristã combatendo as heresias
Preservação do Evangelho
Santo Higino se esmerou assim na preservação da integridade do ensinamento evangélico. Tomou como exemplo o poderoso imperador Adriano, mexeu nas estruturas hierárquicas, instituiu as Ordens menores para melhorar o serviço da Igreja e a preparação ao sacerdócio. Parece que se deve a ele a instituição de padrinhos no batismo.

Páscoa
Sofreu o martírio na perseguição desencadeada pelo imperador Antonino Pio, provavelmente no dia 11 de janeiro de 1407.

Minha oração

“Santo Papa, mesmo em meio aos desafios do seu tempo, tu soubeste vencê-los, que nós também saibamos vencer cada obstáculo que a vida nos proporciona tendo em vista a primazia de Jesus Nosso Senhor. Amém.”

Santo Higino, rogai por nós!

fonte: cancaonova.com

Santo do Dia – 10/01

Frei Gonçalo de Amarante, presbítero de Braga

Origens
Frei Gonçalo nasceu, em 1187, em Arriconha, freguesia de Tagilde, próximo a Guimarães, norte de Portugal. Pertencente à nobre família dos Pereiras, viveu nos reinados de Dom Afonso II, Dom Sancho II e Dom Afonso III.

A Vocação
Muito cedo, ele se viu chamado ao sacerdócio. Em sua formação humana e cristã, Frei Gonçalo passou pelo Convento Beneditino, depois por Braga, lugar onde foi ordenado pelo Arcebispo. Não demorou muito para ser abade em São Paio de Riba Vizela, junto à sua terra natal.

Peregrinações
Frei Gonçalo de Amarante pôde fazer várias peregrinações que muito enriqueceram a sua vida espiritual e também apostólica. Ele foi a Roma, visitou os túmulos de São Pedro e São Paulo e tomou um “banho” da Igreja. Visitou a Terra Santa, conheceu os lugares santos por onde Jesus passou. Seu amor foi crescendo cada vez mais por Nosso Senhor.

Frei Gonçalo de Amarante: construiu edificações no mundo e a fé do povo
O desejo ardente no coração de Evangelizar
Depois de voltar dessas peregrinações, ele teve ainda mais ardor para evangelizar. Discerniu sua vida religiosa e entrou para a família dominicana, daí vem o “frei”. Quanto ao “Amarante”, com seus irmãos de comunidade, ele foi para a cidade de Amarante em missão. Ele ficou conhecido como um segundo fundador dessa cidade, porque o seu amor apostólico o levava a ser um sinal no meio da sociedade.

A Edificação da Capela
Frei Gonçalo foi responsável pela edificação da Capela de Nossa Senhora da Assunção, num rochedo suspenso sobre o Tâmega. Incansável protetor dos humildes, auxiliava aqueles que precisavam de socorro e assistência.

Páscoa
Partiu para a glória em 10 de janeiro de 1262, deixando para o povo de Amarante, para todas as gerações ao norte de Portugal, para toda Europa e para todo o mundo, um testemunho de santidade que colabora para uma civilização mais justa. Seu exemplo de bondade tornou-o célebre e a sua devoção é muito popular, até mesmo no Brasil, onde é padroeiro de algumas cidades.

Via de Santificação
Três processos canônicos foram pleiteados para a beatificação e canonização de Frei Gonçalo. Papa Júlio III concedeu o culto público em 24 de abril de 1561. Mais tarde, em 1671, o Papa Clemente X estendeu o ofício e a missa de São Gonçalo a toda a Ordem Dominicana.

Minha oração
“Grande evangelizador e missionário, a ti pedimos o dom da pregação e a coragem para enfrentar os povos não convertidos. Sabemos das diversas dificuldades de uma vida dedicada, mas que cada missionário encontre a alegria na missão e conforme seus sofrimentos ao Cristo. Amém.”

Frei Gonçalo de Amarante, rogai por nós!

fonte: cancaonova.com

Santo do Dia – 09/01

Santo André Corsini

Origens

André nasceu em 30 de novembro de 1302 dentro de uma família muito conhecida em Florença: a família Corsini. Seus pais, Nicolau e Peregrina, não podiam ter filhos, mas não desistiram, estavam sempre rezando nesta intenção até que veio esta graça e tiveram o tão sonhado filho: André.

Os pais fizeram de tudo para bem formá-lo. Com apenas 15 anos, ele dava tanto trabalho e tantas decepções para seus pais, que sua mãe chegou a desabafar: “Filho, você é, de fato, aquele lobo que eu sonhava”. Ele ficou assustado, não imaginava o quanto os caminhos errados e a vida de pecado que ele estava levando, ainda tão cedo, decepcionavam tanto e feriam a sua mãe. Mas a mãe completou o sonho: “Este lobo entrava numa igreja e se transformava em cordeiro”. André guardou aquilo no coração e, sem a mãe saber, no outro dia, ele entrou numa igreja dos carmelitas. Aos pés de uma imagem de Nossa Senhora, ele orava e a graça aconteceu. Ele retomou seus valores, começou uma caminhada de conversão e falou para o provincial carmelita que queria entrar para a vida religiosa.

Vida religiosa

Foi admitido a vestir o hábito em 1318, fez o noviciado, resistiu corajosamente às solicitações de um tio que sonhava em vê-lo regressar ao mundo. Pronunciou seus votos em 6 de janeiro de 1321. A partir desse momento, redobrou o fervor de suas virtudes, especialmente a da humildade. Santo André ia se colocando a serviço dos doentes, dos pobres, nos trabalhos tão simples como os da cozinha. Ele também saía para mendigar para as necessidades de sua comunidade. Passou humilhação, mas sempre centrado em Cristo.

Os santos foram e continuam a ser pessoas que comunicaram Cristo para o mundo. Mas Deus tinha mais para André. Ele ordenou-se padre em 1328, e, como tal, continuava nesse testemunho de Cristo até que Nosso Senhor o escolheu para Bispo de Fiesoli. De início, ele não aceitou e fugiu para a Cartuxa de Florença e ficou escondido, a ponto de as pessoas não saberem onde ele estava e escolher um outro para ser bispo, pela necessidade. Mas um anjo, uma criança, apareceu no meio do povo indicando onde ele estava escondido. Apareceu também uma outra criança para ele, dizendo-lhe que ele não devia temer, porque Deus estaria com ele, e a Virgem Maria estaria presente em todos os momentos. Foi por essa confiança no amor de Deus que ele assumiu o episcopado e foi um santo bispo.

Em toda a sua vida, compadeceu-se pelas misérias do próximo. Solicitou uma lista dos pobres envergonhados para que pudesse os ajudar. Na quinta-feira de cada semana, Santo André lavava os pés dos pobres que recebia. Um dia, veio ao seu encontro um homem que recusou o serviço, pois tinha as pernas cobertas de úlceras. Santo André insistiu e, mal tinha acabado o seu trabalho, o homem já se sentia curado.

Envio missionário e Páscoa

Enviado por Urbano V à Bolonha para assumir a função de núncio, Santo André teve como missão restabelecer a paz do povo, que era perturbada pelas facções. André cuidou de reparar todas as coisas e encheu a cidade de alegria.

No dia de Natal, Nossa Senhora apareceu para ele dizendo do seu falecimento que estava próximo. Faleceu em 6 de janeiro de 1373, no dia da Epifania do Senhor. Seu corpo foi transportado para uma esplêndida capela na igreja dos Carmelitas, em Florença. Seu processo de canonização teve início no tempo de Eugênio IV, e terminou, em 1629, com Urbano VIII.

Santo André Corsini, rogai por nós!

fonte: cancaonova.com

Santo do Dia – 08/01

São Severino

Severino viveu em pleno século V, quando o Ocidente era acometido por uma seqüência de invasões dos godos, visigodos, ostrogodos, vândalos, burgúndios, enfim, de toda uma horda de bárbaros pagãos que pretendiam dominar o mundo. É nesse contexto de conflitos políticos e sociais que sua obra deve ser vista, porque esse foi justamente o motivo que a tornou ainda mais valorizada. Durante essas sucessivas guerras, as vítimas da violência achavam abrigo somente junto aos representantes da Igreja onde encontramos Severino como um evangelizador cristão dos mais destacados e atuantes.

É muito fácil seguir os passos de Severino nesta trilha de destruição. Em 454, estava nos confins da Nórica e da Pomonia onde, estabelecido às margens do rio Danúbio, na Áustria, além de acolher a população ameaçada usava o local como ponto estratégico para pregar entre os bárbaros pagãos. Já no ano seguinte estava em Melk e no mesmo ano em Ostembur, onde se fixou numa choupana para se entregar também à penitência.

Esse seu ministério apostólico itinerante frutificou em várias cidades, com a fundação de inúmeros mosteiros. Como possuía o dom da profecia, avisou com antecedência várias comunidades sobre sua futura destruição, acertando as datas com exatidão. Temos, por exemplo, o caso dos habitantes de Asturis, aos quais profetizou a morte pelas mãos de Átila, o rei dos hunos que habitavam a Hungria. O povo além de não lhe dar ouvidos considerou o fato com ironia e gozação, mas tombou logo depois de Severino ter deixado o local. Sim, a cidade foi destruída e todos os habitantes assassinados.

Dali ele partiu para Comagaris e, sem o menor receio de perder a vida, chegou até Comagene, já dominada pelos dos inimigos. Lá, acolheu e socorreu os aflitos, ganhando o respeito inclusive dos próprios invasores, a começar pelos chefes dos guerreiros. Sua história registra também incontáveis prodígios e graças operadas na humildade e na pobreza constantes.

Severino predisse até a data exata da própria morte, avisando também sobre a futura expulsão de sua Ordem da região do Danúbio. Morreu no dia 08 de janeiro de 482 pronunciando a última frase do último salmo da Bíblia , (o 150): “Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor”.

Segundo o seu biógrafo e discípulo Eugípio, Santo Severino teria nascido no ano 410, na capital do mundo de então, ou seja na cidade de Roma e pertencia a uma família nobre e rica. Era um homem de fino trato, que falava o latim com perfeição, profundamente humilde, pobre e caridoso. Também possuía os dons do conselho, da profecia e da cura, os quais garantiu e manteve até o final de sua vida graças às longas penitências e preces que fazia ao Santíssimo Espírito Santo e ao cumprimento estrito dos votos feitos ao seguir a vocação sacerdotal.

Especialmente venerado na Áustria e Alemanha, hoje, a urna mortuária de Santo Severino se encontra na igreja dos beneditinos em Nápoles, na Itália.

fonte: espacomissionario.com.br